Erasmus, uma experiência para a vida!


Muitos alunos questionam-se sobre qual será a melhor forma de dar continuidade aos estudos, e uma das possibilidades é estudar além-fronteiras.
O projeto Erasmus é um programa desenvolvido pela União Europeia que visa o intercâmbio entre alunos de diversos países, para possam ter uma nova experiência de aprendizagem e uma proximidade com outras culturas.
Para ficarmos a conhecer um pouco melhor esta realidade de estudar fora do país, entrevistámos a professora Alda Borges Santos – que leciona a disciplina de inglês – em relação à sua própria experiência como aluna além-fronteiras.

Ponto e Vírgula (PV): Onde surgiu a decisão de estudar fora do país?

Prof. Alda (PA): Eu estava a concluir o curso, em 1996, e, na Universidade da Madeira, começaram a fazer a sugestão de apresentação de alunos de Erasmus. Uma das professoras responsáveis pela promoção do projeto na Madeira era minha professora e perguntou se eu estava interessada. Havia a oportunidade de ir para a Áustria, a Alemanha ou o Reino Unido. Eu decidi ir e fiquei em Liverpool.

PV: Quais foram as vantagens de ter estudado fora do país?

PA: Imensas! Só o facto de sairmos e termos de viver sem a presença da família torna-nos mais responsáveis. Em segundo lugar, entrarmos em contacto com uma cultura diferente faz-nos ver as coisas de uma outra forma. Mas uma das grandes vantagens, para mim, além do contacto com as culturas, é a aprendizagem da língua e a sua utilização de uma forma diferente. Eu frequentei uma pós-graduação do ensino da língua inglesa como língua estrangeira e trabalhei com pessoas sobre as quais eu, na Madeira, lia livros. Foi espetacular, pois uma coisa é termos contacto com as obras e estudarmos o autor, e outra é termos um seminário com a pessoa à nossa frente e trocarmos ideias!

PV: Considera que o facto de ter estudado além-fronteiras lhe abriu oportunidades a nível profissional?

PA: Logo quando eu acabei o curso, ao fim de uns meses, tive um convite para trabalhar numa escola lá. Havia uma vaga de professor. A ideia era trabalhar com crianças filhas de emigrantes ou de pessoas que tivessem ido trabalhar para Liverpool, portanto era uma escola com um cariz privado. Eu ponderei, só que, na altura, a segurança e o aconchego da família falaram mais alto e eu vim para cá. Estar em casa com a família e já ter o lugar garantido onde trabalhar pesou muito na minha decisão.

PV: Finalmente, gostaria de saber se essa sua experiência fora do país influenciou a forma como leciona e se enriquece a mentalidade dos alunos?

PA: Influencia! Em primeiro lugar, dou-vos um exemplo. Vocês, no primeiro ciclo, faziam o ditado. O professor de português avaliava o ditado consoante o número de erros que o aluno fazia e nunca pelo número de acertos. Podia ter 150 palavras e, dessas 150, o aluno falhar apenas três, mas o que era assinalado era o erro e não o que estava bem. Numa das primeiras atividades que tive com alunos, uma das professoras que orientava o meu trabalho disse-me: «Não, tu não vais colocar que errou três coisas, tens de dizer é que, em 150 palavras, ele acertou em 147 e que isso é excelente!». Essa perspetiva de trabalhar de uma forma positiva faz alguma diferença.
Para além disso, a maneira como o aluno é tratado é diferente da maneira de trabalharmos em Portugal, por exemplo. Isto ajuda-me muito no dia a dia com os meus alunos.

Adriana e Rúben - EBS Machico

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